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Banana que não escurece: inovação genética promete isso

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Você já deixou de comer uma banana só porque ela estava escurecida, mesmo estando boa por dentro? Uma novidade da biotecnologia pode mudar essa relação que temos com uma das frutas mais consumidas do mundo.

Uma nova variedade de banana geneticamente editada acaba de ser lançada com a promessa de durar mais tempo e manter a aparência sempre fresca, mesmo depois de cortada. A ideia é simples: reduzir o desperdício e facilitar o uso da fruta na alimentação diária e na indústria de alimentos.

A ciência por trás da banana que não escurece

Criada pela empresa britânica Tropic, essa versão da banana Cavendish utiliza uma técnica de edição genética chamada Geigs, que desativa genes responsáveis pela produção da enzima polifenol oxidase – a grande vilã do escurecimento.

Essa enzima reage com o oxigênio e provoca a oxidação da polpa, processo que, apesar de natural e inofensivo, altera a aparência da fruta rapidamente. Ao “silenciar” a ação dessa enzima, a banana continua clara por muito mais tempo, mesmo quando cortada ou amassada.

Sabor e textura preservados

A boa notícia é que a inovação não interfere no sabor, na textura ou no valor nutricional da fruta. A banana continua doce, macia e nutritiva – só que agora com uma vantagem estética que pode fazer a diferença, especialmente em saladas, sobremesas e produtos prontos.

Essa resistência ao escurecimento também pode beneficiar a indústria alimentícia, que muitas vezes evita usar banana em receitas industrializadas justamente por sua curta durabilidade visual.

Sustentabilidade e logística

Além de ajudar a reduzir o desperdício de alimentos – um problema global que resulta em milhões de toneladas descartadas por ano –, a Tropic também está desenvolvendo uma versão da banana com amadurecimento mais lento, que pode manter a fruta verde por até 10 dias a mais. Isso melhora a logística de transporte e reduz perdas na cadeia de distribuição.

Edição genética: segurança e debates

Apesar de ser fruto da biotecnologia, essa banana não é considerada um OGM (organismo geneticamente modificado) tradicional. Isso porque o processo não insere DNA de outras espécies, apenas edita genes já existentes. Mesmo assim, o tema ainda gera debates sobre segurança alimentar e aceitação pelo público.

Nos Estados Unidos e no Canadá, a nova banana já foi aprovada para consumo. A expectativa é que países europeus, como o Reino Unido, sigam o mesmo caminho em breve.

O futuro da banana está mudando

A chegada dessa banana mais resistente pode transformar a forma como consumimos e armazenamos essa fruta tão presente na mesa dos brasileiros. A questão agora é: o consumidor está pronto para essa inovação?

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