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Medicamentos emagrecedores impulsionam busca por carne nos EUA, diz JBS

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O avanço dos medicamentos voltados ao controle de peso, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, está provocando mudanças no padrão alimentar dos consumidores norte-americanos — e empresas do setor de proteínas estão colhendo os frutos. Segundo o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, usuários desses medicamentos estão aumentando a ingestão de proteínas, o que tem impulsionado a demanda por carnes, especialmente em um cenário de oferta limitada.

A declaração foi feita durante uma conferência do setor em Nova York, na última sexta-feira (16), e chama atenção para uma reconfiguração no comportamento de consumo relacionada ao uso dos análogos de GLP-1, substâncias que promovem saciedade e são amplamente utilizadas para emagrecimento.

Apesar do impacto negativo que esses medicamentos tiveram sobre o mercado de alimentos ultraprocessados — reduzindo o valor de empresas focadas em snacks, doces e bebidas —, nichos voltados à nutrição funcional e às dietas proteicas parecem sair ganhando.

Empresas como a Danone, por exemplo, também têm observado um aumento na procura por produtos com alto teor de proteína e baixo teor calórico nos EUA, impulsionados pela mesma tendência.

No caso da JBS, a alta demanda por frango e carne bovina está contribuindo para resultados positivos. Tomazoni destacou que os consumidores estão atentos à importância da ingestão proteica para manutenção da massa muscular durante o uso dos medicamentos.

Além do cenário de mercado, a JBS também vive um momento estratégico importante. Em abril, a empresa obteve autorização da SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA) para sua aguardada dupla listagem, permitindo que suas ações sejam negociadas tanto na bolsa americana quanto na brasileira. A medida, no entanto, ainda depende da aprovação da CVM no Brasil e dos próprios acionistas.

Uma assembleia extraordinária para deliberar sobre o tema está marcada para o dia 23 de maio. Caso o plano avance, a estreia das ações nos EUA pode acontecer já em junho.

Para Tomazoni, essa movimentação amplia o alcance global da empresa: “Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”.



Fonte: Jornal de Brasília

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