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Impacto da alta do cacau na Páscoa

Brazilian Easter chocolate egg, isolated on white background.

O aumento expressivo no preço do chocolate, que acumulou alta de quase 12% em 2024, está levando a indústria a adotar novas estratégias para lidar com os custos e atender às mudanças no comportamento do consumidor. Para entender como o setor está se preparando para a Páscoa de 2025, algumas das principais fabricantes, como Mondelez, Ferrero e Harald, além da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), compartilharam suas perspectivas sobre o cenário atual.

O desafio da alta do cacau

Em 2024, a expectativa da Abicab é que o volume de ovos de Páscoa comercializados se mantenha estável em relação ao ano anterior, quando 58 milhões de unidades foram vendidas. No entanto, a disparada do preço do cacau impacta diretamente a indústria. A demanda global pela matéria-prima é de 400 mil toneladas, mas as lavouras de Gana e Costa do Marfim, que representam 70% da produção mundial, foram fortemente afetadas pelo fenômeno El Niño. Como resultado, o preço da tonelada de cacau saltou de US$ 2,5 mil em 2023 para US$ 10,5 mil na Bolsa de Nova York. Embora as fabricantes não repassem integralmente esse aumento ao consumidor, absorver todos os custos é inviável. Para reduzir o impacto, o governo brasileiro lançou o Plano Inova Cacau, que visa dobrar a produção nacional e atingir 400 mil toneladas até 2030.

Qualidade como prioridade

Para as indústrias, a estratégia principal é manter a qualidade dos produtos. Renato Zanoni, diretor comercial da Ferrero no Brasil, destaca que o desafio vai além de apenas reduzir impactos: “Precisamos garantir que a qualidade permaneça em primeiro lugar, mesmo diante da volatilidade dos preços”. A companhia também aposta em uma Páscoa prolongada, aproveitando o interesse crescente dos consumidores por chocolates premium. Segundo Zanoni, até o momento, não há indicação de que o volume de vendas será reduzido em 2025.

Portfólio diversificado para atender diferentes públicos

Outra aposta das fabricantes é a diversificação do portfólio, incluindo opções para diferentes ocasiões de consumo, como porções individuais e embalagens promocionais. Para Juliana Bonamin, vice-presidente de vendas da Mondelez Brasil, essa estratégia, aliada aos esforços para fortalecer a produção de cacau no país, ajuda a equilibrar custos e atender à demanda do mercado. Além da linha sazonal de Páscoa, a Mondelez também aposta na ampliação da categoria regular, com barras de chocolate e wafers cobertos. “Essas iniciativas ajudam a minimizar o impacto do aumento dos custos para o consumidor”, destaca Bonamin.

Comportamento do consumidor e inovação no setor

A alta dos preços também tem provocado mudanças no comportamento de compra. Segundo Sérgio Tango, CEO da Harald, consumidores e transformadores estão planejando melhor suas compras, buscando otimizar custos sem abrir mão do chocolate. “A demanda continua forte, especialmente em datas estratégicas como a Páscoa, mas há uma priorização por produtos que agreguem valor”, explica. Para ele, o atual cenário também impulsiona a criatividade e a inovação na indústria, com marcas desenvolvendo soluções mais acessíveis e alinhadas às novas necessidades do mercado.

Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Gironews

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