Vivemos em uma era em que a mídia, em suas múltiplas formas, é uma presença constante. De comerciais de televisão a influenciadores digitais, passando por filmes, novelas e redes sociais, somos bombardeados diariamente por mensagens que moldam nossos hábitos, inclusive os alimentares. Mas até que ponto essas mensagens influenciam o que comemos? E como podemos ter mais consciência sobre essas escolhas?
Publicidade: o poder de sedução dos alimentos
Desde muito jovens, somos expostos a campanhas publicitárias que associam alimentos a emoções, status e bem-estar. Quem nunca viu um chocolate sendo vendido como um símbolo de recompensa ou um refrigerante associado à felicidade e à amizade?
As marcas investem pesado em estratégias para criar vínculos emocionais com os consumidores. Isso é particularmente visível quando se trata do público infantil: cores chamativas, personagens animados e brindes tornam certos produtos praticamente irresistíveis — muitas vezes, com alto teor de açúcar, gordura e sódio.
Redes sociais e influenciadores: o novo “guia alimentar”
Nos últimos anos, os influenciadores digitais passaram a desempenhar um papel central na promoção de produtos alimentícios. Um simples post no Instagram ou vídeo no TikTok pode viralizar uma receita, um restaurante ou até uma dieta específica. O problema é que nem sempre esses conteúdos vêm acompanhados de responsabilidade ou embasamento nutricional.
Ao mesmo tempo, vemos o surgimento de tendências como o “comer limpo” (clean eating), dietas restritivas ou modismos como sucos detox e jejuns prolongados — muitas vezes promovidos por celebridades sem formação na área da saúde, o que pode levar a distúrbios alimentares e frustrações.
Cultura alimentar nos meios de comunicação
A mídia também desempenha um papel importante na construção da nossa cultura alimentar. Filmes, novelas e séries retratam hábitos alimentares que vão se enraizando na mente do público, reforçando estereótipos ou popularizando certos alimentos e comportamentos.
Além disso, coberturas jornalísticas sobre saúde, reportagens sobre “superalimentos” ou escândalos relacionados à indústria alimentícia também moldam o imaginário coletivo e influenciam diretamente o comportamento do consumidor.
O caminho para escolhas mais conscientes
Apesar de toda essa influência, é possível desenvolver um olhar mais crítico diante da mídia e fazer escolhas alimentares mais saudáveis e alinhadas aos nossos valores pessoais e culturais. Algumas dicas incluem:
- Educação nutricional: Buscar informações confiáveis e consultar profissionais da saúde para entender o que realmente faz bem ao nosso corpo.
- Consciência do consumo midiático: Refletir sobre as mensagens que recebemos e identificar interesses comerciais por trás dos conteúdos.
- Valorização da cultura alimentar local: Reconhecer a riqueza da alimentação regional e tradicional como um pilar da nossa identidade.
- Autonomia nas escolhas: Entender que não existe uma “dieta perfeita”, mas sim uma alimentação equilibrada que se adapta à realidade e ao estilo de vida de cada pessoa.
Ao desenvolvermos uma relação mais crítica com os conteúdos que consumimos e priorizarmos escolhas alimentares conscientes, damos um passo importante rumo a uma alimentação mais saudável.