De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE, o setor de alimentação fora do lar emprega atualmente 4,79 milhões de pessoas. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou o perfil dos profissionais dessa área, destacando seu papel como uma das principais portas de entrada para o mercado de trabalho.
Juventude é maioria no setor
Os dados analisados a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram que 57% das contratações formais realizadas em 2024 foram de jovens entre 18 e 24 anos. No entanto, a idade média dos profissionais do setor é de 34 anos.
Outro dado relevante é o aumento de pessoas acima de 40 anos no mercado. Em novembro de 2024, mais de 2.500 trabalhadores com essa faixa etária foram contratados com vínculo formal, representando um crescimento de 55% em comparação ao mesmo período de 2023.
Crescimento da representatividade feminina e da diversidade
As mulheres também têm ampliado sua presença no setor de bares e restaurantes. Hoje, elas representam 49% da força de trabalho no segmento, sendo maioria no mercado formal, com 55% dos empregos com carteira assinada. Em 2017, as mulheres representavam 47% do total.
A pesquisa também apontou um aumento na participação de pretos e pardos no setor. Em 2017, 58% dos trabalhadores pertenciam a esses grupos, enquanto em 2024 o índice subiu para 63%. Além disso, a escolaridade média também aumentou, passando de 10,2 anos de estudo em 2017 para 10,7 anos em 2024.
Desafios para combater a informalidade
Apesar dos avanços, a informalidade continua sendo um desafio no setor de alimentação fora do lar. Segundo o levantamento, 41% dos trabalhadores atuam de forma informal. Para Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, o setor desempenha um papel social crucial, mas enfrenta barreiras estruturais significativas.
“O setor de alimentação fora do lar é a porta de entrada para milhões de brasileiros no mercado de trabalho, especialmente para os jovens. Ver a diversidade aumentar, além da inclusão de pessoas acima de 40 anos, é uma conquista importante que reforça o papel social dos bares e restaurantes. No entanto, precisamos enfrentar a alta taxa de informalidade, que ainda atinge 41% dos trabalhadores. O caminho para isso é a desoneração da folha de pagamentos, como propomos no Plano de Restauração do setor”, afirma Solmucci.
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Ele também destaca a importância de fortalecer o modelo de trabalho intermitente, que é bem-sucedido em outros países e pode ser uma solução para atender às necessidades tanto de empresas quanto de trabalhadores que buscam flexibilidade.
Com a crescente diversidade e inclusão de perfis variados no mercado, o setor de alimentação fora do lar reafirma sua relevância econômica e social, mas ainda demanda medidas para superar a informalidade e aprimorar a qualidade das oportunidades oferecidas.
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