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Inflação desacelera em maio com queda nos preços de alimentos, diz IBGE

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A inflação oficial do país registrou uma desaceleração em maio, puxada principalmente pela queda nos preços dos alimentos. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (10), o grupo alimentação e bebidas subiu apenas 0,17%, ante 0,82% em abril. No acumulado geral, o IPCA recuou para 0,26% no mês, uma diminuição de 0,17 ponto percentual.

Entre os itens que mais contribuíram para essa desaceleração estão o tomate, com queda de 13,52%; o arroz (-4,00%); os ovos (-3,98%) e as frutas (-1,67%). Essas variações refletem um cenário de maior oferta e mudanças sazonais no consumo, além da influência do clima e das condições de mercado.

Por que o tomate ficou mais barato?

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, a retração nos preços do tomate está associada à resistência dos consumidores aos valores elevados registrados nos últimos meses. Com a chegada do clima mais frio, a demanda também tende a cair, reforçando o movimento de baixa nos preços.

Arroz em queda com recuperação da safra gaúcha

A redução de 4% no preço do arroz reflete a expectativa de uma colheita mais robusta em 2025. A Conab estima uma produção de 12,1 milhões de toneladas no atual ciclo, um avanço de 14,8% em comparação ao anterior. Esse crescimento está diretamente ligado à recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, e ao cenário favorável da oferta global do grão.

Ovos em baixa pelo segundo mês

Os ovos apresentaram recuo de quase 4% em maio, mantendo a tendência de queda observada em abril. O motivo está no aumento da oferta no mercado interno, com maior produção e distribuição, o que vem pressionando os preços para baixo.

Café em disparada: alta de mais de 80% em 12 meses

Na contramão dos demais alimentos, o café moído teve alta de 4,59% em maio e já acumula uma impressionante elevação de 82,24% nos últimos 12 meses. A valorização é consequência de quebras de safra tanto no Brasil quanto no Vietnã, os dois maiores produtores mundiais. Desde 2021, condições climáticas adversas têm comprometido a produção do grão, em um contexto de crescimento da demanda global.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), os preços devem continuar em alta nos próximos meses, podendo chegar a um acréscimo de até 25%. A entidade aponta que o custo da matéria-prima aumentou 224% entre 2021 e 2024, sendo que parte desse impacto ainda precisa ser repassado ao consumidor final.

Cebola também pesa no bolso

Outro destaque de maio foi o aumento expressivo de 10,28% no preço da cebola. A alta foi motivada por estoques reduzidos no Sul, baixa nas importações, clima desfavorável em regiões produtoras como Irecê (BA) e o início da safra em estados como Minas Gerais e Goiás, que ainda não compensou a queda na oferta.


Fonte: Exame

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