A Cargill, uma das gigantes globais do agronegócio, está transformando suas operações com a ajuda da tecnologia. Como parte da iniciativa “Fábrica do Futuro”, a empresa já implementou mais de 100 projetos em 35 unidades na América do Norte, buscando aumentar a eficiência produtiva e garantir mais segurança aos trabalhadores.
O projeto mais recente, em Fort Morgan (Colorado), foca na automação do corte de carne, um processo fundamental na cadeia produtiva da proteína bovina. Com tecnologia de monitoramento em tempo real, os gerentes conseguem oferecer feedback instantâneo às equipes, otimizando etapas críticas e aumentando o aproveitamento da carcaça.
Segundo Jarrod Gillig, vice-presidente sênior da divisão de carne bovina da Cargill na América do Norte, a iniciativa vem trazendo resultados expressivos: “Agora estamos tomando decisões no momento certo e salvando produtos que antes seriam descartados. Com inteligência aplicada, conseguimos mais carne por animal, reduzimos o desperdício e tornamos a produção de proteína mais eficiente e sustentável de ponta a ponta.”
Esse tipo de avanço tecnológico se torna ainda mais relevante diante da escassez de gado nos Estados Unidos. Com a expectativa de queda de 5% na produção de carne bovina até 2026 — segundo o Departamento de Agricultura dos EUA — e preços do gado em alta, ganhos mesmo que modestos de rendimento fazem diferença. A Cargill estima que um aumento de apenas 1% no rendimento pode representar centenas de milhões de libras de carne economizadas.
A concorrência também se movimenta. A JBS, maior produtora de carne do mundo, anunciou um investimento de US$ 200 milhões para expandir sua capacidade nos EUA, mirando uma recuperação futura da oferta de animais.
Além dos investimentos em automação, a Cargill está olhando para o fator humano: um projeto de US$ 40 milhões para construção de moradias para trabalhadores está em andamento, visando reduzir gargalos relacionados à escassez de mão de obra.
Fonte: Food Dive