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Mercado de Consumo na China: O desafio das marcas Ocidentais

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Durante anos, a China foi vista como uma terra de oportunidades para marcas premium ocidentais como Häagen-Dazs e Starbucks. No entanto, o cenário atual aponta para uma nova fase de maturidade no mercado consumidor chinês. Diante de uma economia mais desafiadora, concorrência local crescente e mudanças nos hábitos dos consumidores, diversas multinacionais estão repensando suas estratégias no país.

Segundo o jornal Cinco Días, a General Mills, dona da Häagen-Dazs, avalia vender suas mais de 250 lojas na China. A Starbucks, com mais de 7.750 unidades no país, também estaria considerando uma possível alienação parcial. Já a Decathlon iniciou o processo de venda de cerca de 30% de sua operação chinesa.

Apesar das incertezas, a China continua sendo um mercado estratégico. Muitas empresas estão buscando alternativas como parcerias locais ou reestruturações de capital para manter sua presença. “Identificar parceiros chineses com competências, tecnologia e capital é uma forma de localização”, afirmou Richard Wong, da Morgan Stanley.

A adaptação ao gosto local tem sido uma das principais estratégias. A Starbucks, por exemplo, lançou um latte com sabor de porco braseado — uma ousada combinação que gerou grande repercussão nas redes sociais. Além disso, a marca tem reduzido os preços de bebidas populares como frappuccinos e chás, contrastando com sua política nos EUA, onde aposta em produtos de maior valor agregado.

A Häagen-Dazs também investe em sabores locais, como sorvetes inspirados nos tradicionais mooncakes para o Festival do Meio Outono, com ingredientes como chá verde matcha, feijão vermelho, lichia e gergelim preto.

O McDonald’s, por sua vez, adaptou seu cardápio com opções como congee no café da manhã e hambúrgueres com ingredientes locais, além de edições especiais para festivais, incluindo ovo centenário e molho de ameixa.

Mesmo fora do setor alimentício, a Decathlon tem buscado se aproximar do consumidor chinês com produtos adaptados, tecnologia nas lojas físicas (como provadores interativos e apps de personalização) e apoio a esportes populares na China, como badminton, tai chi e esportes de inverno — impulsionados pelos Jogos Olímpicos de Pequim.

Para especialistas como Chen Jie, da China International Capital Corporation, o recado é claro: “As multinacionais precisam desenvolver estratégias verdadeiramente locais para sobreviver e prosperar”.


Fonte: Markeeter Sapo

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