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NR-1: o que muda para a indústria de alimentos e bebidas?

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A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), criada em 1978 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sempre foi fundamental para orientar empresas em relação à saúde e segurança no trabalho. Agora, com suas recentes atualizações, ela ganha um componente inédito e cada vez mais necessário: a saúde mental dos trabalhadores.

Riscos psicossociais passam a ser foco da NR-1

A principal novidade é a inclusão oficial dos riscos psicossociais como fatores a serem gerenciados no ambiente laboral. Isso envolve desde a sobrecarga de trabalho até a pressão cotidiana por metas, aspectos que impactam diretamente o bem-estar emocional das equipes.

Esse avanço normativo surge em um contexto preocupante: em 2024, quase meio milhão de brasileiros foram afastados por transtornos mentais relacionados ao trabalho. O setor industrial, incluindo alimentos e bebidas, é um dos que mais sentem os efeitos dessa realidade.

Como a NR-1 se aplica à indústria de alimentos?

Na indústria alimentícia, a NR-1 é aplicada para prevenir acidentes e doenças decorrentes de atividades em linhas de produção, manipulação de insumos e uso de maquinário, entre outros. A norma orienta práticas como:

  • Treinamentos obrigatórios e recorrentes;
  • Análise de perigos específicos do setor;
  • Uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
  • Implementação de Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Com a atualização, esse escopo se amplia para incluir também o mapeamento e a prevenção de fatores que afetam a saúde emocional dos profissionais.

Os desafios das franquias diante das novas exigências

Franquias de alimentação tendem a ser mais desafiadas pela nova NR-1, especialmente aquelas que ainda não estruturaram processos de gestão de pessoas. Com a atenção voltada para metas de desempenho e vendas, questões como saúde ocupacional e equilíbrio emocional acabam ficando em segundo plano.

Para acompanhar as exigências legais, será preciso investir em:

  • Estruturação de rotinas de escuta e acompanhamento dos colaboradores;
  • Treinamento de lideranças para identificar sinais de esgotamento e ansiedade;
  • Ambientes de trabalho mais colaborativos e acolhedores.

Como aplicar o PGR na prática?

O Programa de Gerenciamento de Riscos é uma ferramenta-chave da NR-1. Na indústria de alimentos e bebidas, sua implementação deve contemplar:

  • Diagnóstico do ambiente: identificação de riscos físicos, químicos e agora também psicossociais;
  • Ações preventivas: medidas concretas para eliminar ou mitigar os riscos mapeados;
  • Protocolos de segurança: instruções claras sobre como executar cada tarefa com segurança;
  • Capacitação contínua: treinamentos periódicos sobre boas práticas e uso de EPIs;
  • Avaliação constante: revisão regular das medidas adotadas e adaptação a novos cenários.

Estratégias para promover o bem-estar

Ir além das obrigações legais pode gerar impactos positivos tanto para o clima organizacional quanto para a produtividade. Algumas medidas incluem:

  • Mapeamento de riscos em todos os níveis da operação;
  • Treinamentos específicos sobre saúde mental e gestão emocional;
  • Acompanhamento periódico dos indicadores de saúde e segurança;
  • Ferramentas para organização e controle das ações preventivas;
  • Assessoria jurídica para garantir conformidade com a nova NR-1.

A atualização da NR-1 é um passo importante para fortalecer a cultura de cuidado nas empresas. No setor de alimentos e bebidas, onde o ritmo de trabalho costuma ser intenso, incorporar a saúde mental como prioridade pode se tornar um diferencial estratégico.


Fonte: SEGS

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