Presença quase obrigatória nos lares brasileiros, o feijão vai além do sabor e da tradição. Ele é uma leguminosa rica em fibras, proteínas, ferro e outros nutrientes essenciais — e, agora, a ciência reforça mais um motivo para mantê-lo no prato todos os dias.
Durante o congresso Nutrition 2025, realizado entre 31 de maio e 3 de junho na Flórida (EUA), pesquisadores da Sociedade Americana de Nutrição apresentaram novos dados sobre o impacto do feijão na saúde. Segundo o estudo, o consumo diário da leguminosa pode melhorar a saúde cardiovascular e o metabolismo, especialmente em pessoas com pré-diabetes. Os resultados ainda aguardam revisão por pares para publicação em revista científica, mas já sinalizam caminhos promissores.
Efeitos anti-inflamatórios e cardioprotetores
A pesquisa acompanhou, por 12 semanas, 72 adultos com diagnóstico de pré-diabetes. Os voluntários foram divididos em três grupos: um consumia diariamente uma xícara de feijão preto, outro grão-de-bico e o terceiro, arroz. Ao final do estudo, os dados mostraram que o grupo que ingeriu feijão preto apresentou uma redução significativa na inflamação corporal.
O principal marcador analisado foi a citocina pró-inflamatória, que caiu de 2,57 pg/mL para 1,88 pg/mL entre os participantes que incluíram o feijão na dieta. Essa queda sugere um efeito anti-inflamatório relevante, com potencial para ajudar na prevenção de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade.
Enquanto isso, o grupo que consumiu grão-de-bico também colheu benefícios: houve uma redução média no colesterol total, de 200,4 mg/dL para 185,8 mg/dL — uma boa notícia para a saúde do coração.
Uma escolha simples, nutritiva e acessível
O feijão é uma fonte valiosa de fibras, fundamentais para o bom funcionamento intestinal e para o controle da glicemia. Além disso, por ser um alimento acessível e versátil, pode ser incorporado de forma prática ao cardápio — em saladas, sopas, acompanhando grãos ou até como base de preparações inovadoras.
Mas vale o alerta: atenção ao preparo. O ideal é evitar o uso excessivo de sal, açúcar e temperos ultraprocessados, além de dar preferência à versão caseira em vez de opções industrializadas.
Segundo Morganne Smith, doutoranda no Instituto de Tecnologia de Illinois e autora principal do estudo, as descobertas reforçam o papel do feijão na construção de políticas públicas de saúde alimentar. “Mesmo sendo voltado para pessoas com pré-diabetes, os benefícios observados podem ser aproveitados por toda a população”, destaca.
Incluir mais feijão no prato pode ser, portanto, uma estratégia eficaz, econômica e deliciosa para promover bem-estar e longevidade.
Fonte: Metrópoles