O sal verde vem ganhando destaque como uma alternativa saborosa e funcional ao sal comum. Com um aroma marcante e uma combinação poderosa de ingredientes naturais, ele pode ser utilizado em uma variedade de preparações — de sopas e saladas até carnes, massas e vegetais. Além de enriquecer os pratos com sabor, o sal verde contribui para a saúde cardiovascular, especialmente no controle da pressão arterial.
Conversamos com a nutricionista Nathália Guimarães, do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), especialista em nutrição clínica integrativa e funcional, para entender os benefícios desse tempero especial e aprender a prepará-lo em casa.
O que torna o sal verde tão especial?
A principal diferença entre o sal verde e o sal tradicional está na composição. Em vez de conter apenas cloreto de sódio, a versão verde reúne ervas e sementes que agregam propriedades funcionais ao tempero. As ervas utilizadas têm ação antioxidante, anti-inflamatória e digestiva, o que o torna uma excelente opção para pessoas com hipertensão.
Conheça os principais ingredientes:
- Alecrim: potente antioxidante, combate o estresse oxidativo — comum em pessoas hipertensas.
- Manjericão e orégano: ajudam a reduzir processos inflamatórios no organismo.
- Salsinha: tem ação diurética e digestiva, além de propriedades anti-inflamatórias.
- Gergelim: rico em minerais como cálcio, magnésio, manganês e zinco, além de vitamina E — todos importantes para o equilíbrio da pressão arterial.
Além disso, esses nutrientes auxiliam na regulação do volume sanguíneo e na dilatação dos vasos, promovendo uma queda natural na pressão.
A conexão entre o sal comum e a hipertensão
O sal é essencial para o organismo, mas seu excesso pode ser prejudicial. Aproximadamente 60% das pessoas são mais sensíveis aos efeitos do sódio, o que significa que têm maior propensão a reter líquidos e, consequentemente, elevar a pressão arterial.
Segundo a nutricionista Nathália Guimarães, esse efeito ocorre porque o sódio regula o volume de líquidos fora das células. Em excesso, ele desloca a água para os vasos sanguíneos, aumentando a tensão arterial. E não é só o sal que preocupa: o consumo elevado de açúcar também interfere na pressão, ao reduzir a produção de óxido nítrico — substância que promove a dilatação dos vasos.
Outro fator importante é a deficiência de minerais. “As pessoas mais suscetíveis à hipertensão geralmente apresentam baixos níveis de magnésio, que é essencial para o relaxamento dos vasos sanguíneos”, explica Nathália.
Receita prática de sal verde
Quer experimentar o sal verde na sua cozinha? Veja como é fácil preparar:
Ingredientes:
- 10 g de alecrim desidratado
- 25 g de manjericão desidratado
- 15 g de orégano desidratado
- 10 g de salsinha desidratada
- 45 g de gergelim tostado
- 100 g de sal grosso marinho, sal grosso rosa ou flor de sal
Modo de preparo:
- Torre o gergelim em forno baixo por 10 a 15 minutos e deixe esfriar.
- Processe o sal e o gergelim juntos por alguns segundos.
- Adicione as ervas e processe novamente rapidamente.
- Armazene em um pote de vidro com tampa hermética.
Validade: até 3 meses fora da geladeira.
Valor calórico: 8 calorias por colher de chá (5 g).
Outras estratégias para cuidar da pressão no dia a dia
Além do sal verde, adotar uma alimentação rica em magnésio e potássio pode trazer grandes benefícios para quem deseja prevenir ou controlar a hipertensão. Alguns exemplos de alimentos funcionais:
- Fontes de magnésio: folhas verdes escuras, aveia, amêndoas, sementes de abóbora, linhaça, gergelim.
- Fontes de potássio: banana, abacate, kiwi, castanha-do-pará, nozes, gérmen de trigo.
Evitar o consumo excessivo de álcool também é essencial. Bebidas alcoólicas podem elevar a pressão ao causar estreitamento dos vasos, exigindo mais esforço do coração.
Outro aliado é o ômega 3, presente em peixes como salmão e sardinha, além de sementes de chia e linhaça. Esse tipo de gordura promove vasodilatação e tem forte ação anti-inflamatória.
Fonte: Jornal do Sudoeste