Todo mundo tem uma história com doces. Seja a bala escondida na mochila da escola, o chiclete premiado no recreio ou aquele marshmallow no cinema. A Docile, empresa gaúcha que começou como um pequeno negócio familiar, transformou essas memórias em um império açucarado e agora figura entre as 100 maiores fabricantes de doces do mundo.
De acordo com matéria publicada pela Exame, a marca de Lajeado (RS) conquistou um espaço inédito no ranking Global Top 100 Candy Companies, elaborado pelo portal norte-americano Candy Industry. Além de ser a maior exportadora brasileira do setor, a Docile agora integra oficialmente o mapa global das grandes fabricantes de guloseimas.
“Passamos a figurar oficialmente entre os maiores do mundo, ao lado de players estratégicos e referências globais. Como empresa, entramos em um novo patamar de visibilidade e reconhecimento”, afirmou Ricardo Heineck, presidente da Docile.
De um pequeno negócio familiar ao reconhecimento global
A trajetória da Docile começou há mais de 80 anos, quando o avô dos atuais proprietários iniciou a produção artesanal de balas. Em 1991, a empresa foi oficialmente constituída e, desde então, o crescimento tem sido contínuo, impulsionado pela inovação e expansão para novos mercados.
Atualmente, a Docile conta com um portfólio de mais de 170 produtos, distribuídos em sete categorias: balas de goma, pastilhas, regaliz, chicles, balas de gelatina, refrescos em pó e marshmallows. A empresa também foi pioneira no lançamento dos marshmallows recheados no Brasil, um dos seus maiores sucessos de vendas.
Com fábricas em Lajeado (RS) e Vitória de Santo Antão (PE), a Docile produz mais de 3 milhões de quilos de doces por mês, atendendo tanto o mercado interno quanto mais de 80 países.
Rumo ao primeiro bilhão
O crescimento acelerado da Docile reflete nos números. Em 2024, a empresa faturou R$ 684 milhões, mas tem um objetivo ainda maior: alcançar R$ 1 bilhão em receita até 2026.
Para isso, a companhia investe R$ 100 milhões na ampliação da capacidade produtiva. Parte desse investimento está na aquisição de uma máquina de última geração importada da Alemanha, que aumentará em 50% a produção da empresa. “Somos a única empresa brasileira do setor com essa tecnologia, que hoje só existe na Europa e América do Norte”, explicou Cristian Ahlert, diretor de Exportação da Docile.
A nova máquina, que chega em março e começa a operar em junho, será instalada em um novo prédio de 7.000 metros quadrados, gerando cerca de 60 novos empregos.
Expansão no varejo
Além de fortalecer a produção e exportação, a Docile aposta no varejo físico para consolidar sua marca no Brasil. A empresa já inaugurou quiosques próprios e mantém uma loja temática no parque Hopi Hari, criando uma conexão mais direta com os consumidores.
“No Hopi Hari, temos a possibilidade de mostrar nossos produtos de uma forma diferente e estar mais próximos de públicos que conversam muito com a nossa marca, como jovens e famílias”, destacou Ricardo Heineck.
Resiliência diante dos desafios
O crescimento da Docile acontece mesmo em meio a adversidades. Em maio de 2023, Lajeado foi uma das cidades impactadas pelas fortes chuvas que atingiram o Vale do Taquari (RS). Embora a fábrica não tenha sido diretamente afetada, 31 funcionários perderam tudo e outros 150 foram impactados. Além disso, a empresa enfrentou dificuldades logísticas e ficou 10 dias sem receber matéria-prima.
“Tivemos algumas linhas que pararam de produzir, mas retomamos aos poucos. Demos suporte aos nossos funcionários e seguimos investindo. Empresas como a Docile, que vendem para o Brasil e para o mundo, ajudam a gerar riqueza e reconstruir a região”, disse Heineck.
Um futuro doce e bilionário
Com um crescimento sólido, investimentos em tecnologia e um plano de expansão ambicioso, a Docile se prepara para um futuro promissor. A aposta em inovação e estratégias de mercado deve consolidar ainda mais a empresa no cenário global.
“Temos muita confiança na qualidade dos nossos produtos. Nossas lojas e quiosques vão ajudar a divulgar ainda mais a marca. Queremos continuar crescendo sem perder a essência: fazer doces que todo mundo gosta”, finalizou Heineck.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame