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Alimentação saudável pode garantir um envelhecimento com mais qualidade

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Um estudo de grande porte liderado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard acompanhou mais de 100 mil americanos entre os 40 e os 70 anos por até três décadas. Publicado recentemente na revista Nature Medicine (em 24 de março), o estudo concluiu que manter uma alimentação saudável ao longo da vida está diretamente associado a um envelhecimento mais saudável — mesmo levando em conta outros fatores como prática de atividade física e tabagismo.

O que significa “envelhecimento saudável”?
Segundo os cientistas, trata-se de chegar aos 70 anos livre de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, além de manter a saúde cognitiva, física e mental preservada.

Durante o estudo, os participantes relataram de forma detalhada o consumo de mais de 130 tipos de alimentos. A equipe então analisou o quanto essas escolhas alimentares se aproximavam de oito padrões considerados saudáveis, enquanto também avaliava a ingestão de alimentos ultraprocessados.

Ao final da pesquisa, 9,3% dos participantes alcançaram esse envelhecimento saudável. A maior adesão a qualquer uma das oito dietas analisadas se relacionou com melhores resultados. Frutas, vegetais, grãos integrais, nozes, legumes, gorduras boas e laticínios com baixo teor de gordura foram os grandes aliados. Já refrigerantes, alimentos com gorduras trans, carnes processadas e produtos com muito sódio foram associados a piores desfechos.

As dietas analisadas incluíram:

  • AHEI (Índice Alternativo de Alimentação Saudável)
  • aMED (Índice Mediterrâneo Alternativo)
  • DASH (Abordagem para Reduzir Hipertensão)
  • MIND (foco em saúde cognitiva)
  • hPDI (Dieta Saudável à Base de Plantas)
  • PHDI (Índice de Dieta para Saúde Planetária)
  • EDIP (Índice Dietético Inflamatório)
  • EDIH (Índice para Hiperinsulinemia)

Essas dietas, apesar das diferenças, compartilham princípios básicos: maior consumo de alimentos naturais e integrais e menor consumo de ultraprocessados.

O que podemos aprender com isso?
A médica e especialista em bem-estar Leana Wen, da Universidade George Washington, destacou em entrevista que esse estudo reforça o papel essencial da alimentação na saúde ao longo da vida. Wen recomenda que, desde a meia-idade, as pessoas priorizem alimentos frescos e minimamente processados, como verduras, frutas, grãos, feijões, nozes e peixes. O ideal é evitar alimentos industrializados, como frios e embutidos, e reduzir o consumo de bebidas açucaradas.

E os mais jovens, devem se preocupar?
Apesar de o estudo não focar em jovens adultos, Wen lembra que nunca é cedo (nem tarde) para começar a comer melhor. Adotar hábitos saudáveis o quanto antes pode aumentar as chances de uma vida longa e com mais qualidade.

O papel da política pública
O estudo também chama atenção para a importância das políticas públicas na promoção da alimentação saudável. Em muitas regiões, alimentos ultraprocessados são mais acessíveis do que frutas e vegetais. Para mudar esse cenário, é fundamental garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos frescos e nutritivos, promovendo não só saúde individual, mas também um futuro com menos gastos com doenças evitáveis.

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