Ao completar 100 anos de história, a Kopenhagen mostra que tradição e modernidade podem caminhar lado a lado. Em entrevista ao Estadão, Renata Vichi, CEO da marca, destacou como a empresa tem utilizado a memória afetiva como diferencial competitivo, ao mesmo tempo em que aposta na inovação para se manter relevante no mercado de chocolates premium.
Emoção como estratégia
Um dos grandes sucessos da marca nesta Páscoa foi o Ovo Moranguinho, inspirado na personagem infantil dos anos 1980 e 1990. O produto teve alta demanda, esgotando rapidamente nas lojas e chegando a ser revendido por até mil reais em marketplaces como o Mercado Livre. Para Renata, essa conexão emocional com o público é um trunfo importante em um cenário de consumo mais seletivo.
Cacau em alta e receitas preservadas
O setor enfrentou um aumento expressivo no preço do cacau – uma alta de 189%, segundo a executiva. Apesar disso, a Kopenhagen optou por não alterar suas formulações nem reduzir a qualidade dos produtos. “Consideramos nossa formulação um patrimônio”, afirma Renata. “Outras marcas empobreceram suas receitas, mas aqui não mexemos em nada.”
Inovação com ousadia
Seguindo tendências de sabor e estética, a marca lançou a linha Exagero Pink Lemonade, com combinações ousadas como morango e limão siciliano. A linha teve grande aceitação no e-commerce, reforçando a importância de antecipar movimentos de mercado. “Mesmo com a alta do dólar e do cacau, mantemos uma gestão firme e inovadora”, destaca a CEO.
Crescimento e expansão
Com 1.300 lojas em operação e um time de 10 mil colaboradores, a Kopenhagen projeta crescer 20% em 2025. A empresa pretende abrir mais 250 unidades, em linha com seu plano de expansão. A parceria com a Nestlé, que adquiriu parte da empresa há um ano, tem se mostrado estratégica: além da compra conjunta de mídia, a marca está investindo em inteligência artificial para aprimorar processos e decisões.
“A governança e a operação seguem independentes, e isso tem sido fundamental para os bons resultados que estamos colhendo”, finaliza Renata.
Fonte: Matéria originalmente publicada no jornal Estadão.