Essa semana, nós do Foodbiz Brasil tivemos um bate papo super bacana com o Dr. Prof. Sabetai Calderoni. Durante essa conversa, falamos bastante sobre o ESG – uma das principais especialidades do Prof. Calderoni – e também comentamos sobre a nova parceria do Instituto Foodservice Brasil com a ESG 360 Na Prática, empresa liderada por Calderoni e sobre as expectativas para esse novo momento.
Conheça o Dr. Prof. Sabetai Calderoni
Doutor em Ciências pela USP, o Prof. Sabetai Calderoni também cursou Economia e Direito. Além disso, Calderoni também tem pós graduação na Universidade de Edinburgh (UK), na área de Urbanismo. O histórico do professor com a área de ESG é extenso.
Atualmente, o Prof. Sabetai Calderoni tem uma presença ativa em diversas empresas e instituições nas áreas de energia solar e tratamento de água. Já tendo participado de debates na câmara de deputados e no senado, se tornou referência na área de legislação ambiental no Brasil. Além disso, o Prof. Calderoni também atua na área de Marketing e Marketing internacional em empresas como Petrobrás e Eletrobrás.
Calderoni também é presidente da ESG 360 Na Prática, empresa que foi escolhida recentemente para integrar o comitê de ESG do IFB. Com um histórico como esse, o Prof. Calderoni é a pessoa certa para a entrevista de hoje. Nesse bate papo, falamos bastante sobre a importância do ESG para as empresas e qual a relação dessa área com o foodservice.
ESG e o Instituto Foodservice Brasil
Recentemente, a ESG 360 na Prática ganhou o processo seletivo e assumiu a função de assessorar o comitê de ESG do IFB. Através desse trabalho conjunto, novas práticas de ESG dentro do setor de food service com as empresas associadas.
Apesar de ser um comitê novo, o ESG é uma pauta importantíssima, e que deve ser levantada em todas as empresas, independente do setor que ela representa. O Prof. Calderoni aproveitou a oportunidade e falou mais sobre esse novo projeto.
“Eu me sinto muito entusiasmado, muito feliz e muito honrado com essa escolha da nossa organização. E é um sentimento muito grande de responsabilidade nesse momento. Nós estamos diante de empresas extraordinárias, de grande porte, com CEOs de grandes experiências.”
Calderoni destacou também que essa é uma oportunidade de desenvolvimento comum.
“Eu acredito que nessa interação, todos saem ganhando. Então, eu vejo com olhos de quem vai conseguir avançar também pessoalmente, e que vai conseguir, com esse conjunto tão qualificado de associados, desenvolver um trabalho importante de desenvolvimento para todos.”
O ESG e a sua importância para as empresas
Vamos falar sobre ESG. A sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português) é usada para medir os impactos sociais e ambientais de uma empresa.
“O ESG fala sobre meio ambiente, fala das questões da sociedade e da governança, a questão da ética e da transparência. Ela tem a ver com esse movimento que foi instituído também pela ONU em prol da defesa da vida, da defesa do meio ambiente e também em relação às minorias e as pessoas que são minorizadas na sociedade. O ESG veio como uma doutrina para fazer com todos evoluam.”
O ESG também tem uma atuação direta no aspecto regulatório nas esferas federal, estadual, municipal e até mesmo internacional.
Segundo o Prof. Calderoni, “a primeira contribuição do ESG é para a própria sobrevivência e imagem pública das empresas. Segundo lugar, o ESG cumpre uma missão de auxiliar as empresas a terem uma melhor economicidade. As empresas com ESG podem se organizar melhor do ponto de vista econômico.”
O objetivo dentro do IFB
Como já mencionado, a ESG 360 na Prática foi anunciada recentemente como parte integrante do comitê de ESG no Instituto Foodservice Brasil. O Prof. Calderoni falou um pouco mais sobre os seus principais objetivos dentro do IFB e quais são seus planos para esse novo momento.
Segundo ele, o principal objetivo é “elevar os padrões de ESG praticados pelos associados do IFB aos patamares mais altos em nível nacional e internacional”.
Quando questionado sobre como pretende alcançar esse objetivo, o Prof. Calderoni ressaltou que existem dois aspectos essenciais para subir nessa escala e chegar lá.
“Uma forma é através de bons projetos. E a outra, é através de boas práticas. Na verdade, de excelentes práticas. Esses são os dois caminhos principais”.
Calderoni também destacou que a escolha adequada de projetos é muito importante para alcançar esse objetivo.
“Nós vamos, em cada área – tanto na ambiental, na social e na governança – identificar projetos que sejam mais adequados para esse crescimento”.
Metodologias e execuções
Quando questionado sobre as metodologias utilizadas para alcançar um objetivo como esse, o Prof. Calderoni fez questão de destacar 3 aspectos importantíssimos para alcançar esse resultado.
“Eu gostaria de salientar 3 aspectos da nossa metodologia que me parecem essenciais. De início, os três princípios metodológicos seriam: o da singularidade, o da economicidade e o da otimização. O princípio da singularidade leva em conta, ao contrário do que algumas empresas infelizmente ainda fazem, as condições específicas em que nós estamos atuando”.
“A questão da economicidade é fazer com que as empresas fujam daquele mito, daquela visão equivocada de que trabalhar em prol do meio ambiente e com o ESG é uma coisa muito cara, e que fica muito difícil fazer isso. Ao contrário: nós vamos mostrar – para quem ainda tiver essa dúvida – que a sustentabilidade não encarece. Ela economiza e valoriza. E isso é algo muito importante na seleção de projetos”.
“E o outro princípio é o da otimização. Nesse caso, não é questão apenas de encontrar bons projetos. É encontrar os projetos ótimos. Então, eu posso até melhorar em alguns aspectos, ter um projeto que ajuda a economia da empresa, que ajuda o meio ambiente, mas é preciso ver se esse é o melhor projeto que eu poderia encontrar. Então nós temos que procurar não apenas o que é bom. Nós temos que procurar aquilo que é ótimo, aquilo que traz a melhor contribuição que a gente pode conseguir”.
Calderoni também destacou que outro aspecto metodológico utilizado é o das economias do século XXI: a economia do compartilhamento, a economia da colaboração e a economia solidária.
Economia e sustentabilidade
Outro assunto que não poderia ficar de fora é a pandemia.
Apesar de estarmos no momento em que começamos a sair desse período, os reflexos da pandemia no setor de food service – e em toda a economia num geral – são inegáveis.
Por isso, um dos tópicos da entrevista foi os investimentos necessários para incorporar o projeto de ESG nas suas empresas e se é possível equilibrar a sustentabilidade com a economia.
Usando sua experiência como exemplo, o Prof. Calderoni ressaltou que, apesar da forma que muitas empresas ainda enxergam o tema sustentabilidade. Segundo ele, é possível sim conciliar a sustentabilidade e a economia. Inclusive, muitas empresas conseguem economizar bastante em diversas áreas ao adotar a sustentabilidade
Plano de trabalho junto ao IFB
Quando questionado sobre qual seria o seu plano de trabalho estando trabalhando em parceria com o IFB, o Prof. Calderoni brinca que o trabalho tem começo e meio, mas fim não vai ter, já que é um trabalho contínuo, que nunca terá um final oficial.
“O começo é, exatamente, focando no aspecto da singularidade. Nós temos que conhecer as empresas e entender o que elas querem, o que elas estão pensando em termos de ESG”.
O Prof. Calderoni ressaltou também que é importante saber como cada uma das empresas associadas ao IFB enxergam as suas demandas e suas necessidades em diversas áreas, como meio ambiente e na área de governança, por exemplo. Só assim será possível saber os próximos passos e práticas que serão adotadas.
O segundo passo é entender as singularidades e aspectos individuais de cada empresa, para que seja possível traçar rotas para as necessidades de cada uma delas. Já a terceira etapa é definir os programas específicos que serão desenvolvidos visando sanar os problemas que cada empresa quer superar.
Temos certeza que essa nova parceria entre o IFB e o Dr. Prof. Sabetai Calderoni – e a ESG 360 na Prática – será uma colaboração de muito sucesso, e os resultados alcançados pelos associados do IFB serão os melhores possíveis nessa nova fase!