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Inflação de alimentos surpreende com alta puxada por in natura

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Segundo o jornal O Globo, a pressão do preço do café e dos ovos sobre a inflação de alimentos já era esperada e se confirmou, contribuindo para uma aceleração da inflação do grupo, que subiu de 0,61% para 1,09% no IPCA-15, cuja variação geral foi de 0,64%. O que chamou a atenção, no entanto, foram os produtos in natura, que tradicionalmente desaceleram nesta época do ano, mas seguiram pressionando a alta da prévia da inflação de março.

André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, explicou ao O Globo que a expectativa é de que os preços dos in natura se arrefeçam ao longo de abril, com o fim do período de temperaturas mais elevadas. A boa notícia no IPCA-15 veio do recuo nos preços das carnes, que registraram queda de 0,77%. Braz destacou que cortes como a alcatra e o lagarto apresentaram retrações de 1%, reforçando a previsão de que o IPCA deve desacelerar nos próximos meses.

Apesar disso, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,26%, ainda bastante acima da meta de inflação de 3% e do teto da meta, fixado em 4,5%.

O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, também declarou ao O Globo que vê sinais de desaceleração nos preços dos alimentos nos próximos meses. Contudo, ele alerta que isso não significa queda expressiva nos preços, mas sim uma desaceleração no ritmo de alta, com possível estabilização em patamares ainda elevados.

De acordo com Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio, a inflação de alimentos medida pelo IPCA deve fechar o ano um pouco acima de 5%. Ao O Globo, ele comentou que a alimentação no domicílio deve começar a desacelerar entre maio e junho, por motivos sazonais, mas pode voltar a subir no fim do ano. Ele também apontou que itens como café, ovos e, mais recentemente, o tomate, são os principais focos de pressão neste momento.

Ainda segundo O Globo, a inflação dos serviços permanece como ponto de atenção. A alimentação fora de casa subiu mais em março do que em fevereiro, e os feriados de abril podem manter essa pressão, diante de uma demanda aquecida. Braz acredita que a inflação de serviços deve começar a ceder a partir de maio, o que pode abrir espaço para uma avaliação mais favorável da inflação no segundo semestre.

Cunha acrescentou que a preocupação do Banco Central com a inflação de serviços segue pertinente, especialmente diante de uma política de crédito mais frouxa e seus efeitos sobre a demanda. Para ele, o diretor Gabriel Galípolo terá desafios importantes pela frente.

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