Mais de 16 mil toneladas de alimentos resgatados do lixo e quase 30 milhões de refeições garantidas: esses são os impressionantes resultados da Connecting Food, uma foodtech brasileira que transforma excedentes alimentares de empresas em apoio direto a organizações sociais.
A engenheira de alimentos Alcione Pereira é o cérebro por trás da iniciativa. Após uma carreira de 15 anos em multinacionais, Pereira decidiu seguir o caminho do empreendedorismo social. “Fiquei muito impactada com esse contrassenso: como é possível que tanta gente passe fome enquanto um terço dos alimentos é desperdiçado?”, reflete.
Motivada por esse dilema, ela mergulhou em estudos sobre o desperdício de alimentos no Brasil e no mundo, que chega a 30% da produção global anualmente, representando perdas de cerca de 1 trilhão de dólares. O problema, descobriu Pereira, vai além de logística: envolve questões culturais e a falta de integração entre quem tem excedentes e quem precisa deles.
Assim, nasceu a Connecting Food, em 2016. Desde então, mais de 630 organizações sociais em todo o Brasil já foram beneficiadas, recebendo alimentos que, de outra forma, seriam descartados.
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Como funciona a Connecting Food?
A startup se diferencia por operar no modelo B2B, atendendo grandes empresas do setor alimentício, como GPA, Assaí Atacadista e Proença Supermercados. Essas redes enfrentam desafios diversos que levam ao desperdício de alimentos, como excesso de compras, mudanças na aparência dos produtos ou embalagens fora do padrão comercial.
Se os alimentos ainda são próprios para consumo, a Connecting Food entra em ação, identificando os excedentes, mapeando as políticas de doação e garantindo que os produtos cheguem em condições adequadas às instituições receptoras.
Além disso, a foodtech oferece treinamentos e suporte técnico para que as organizações beneficiadas possam armazenar e utilizar os alimentos de forma correta.
Expansão e impacto social
Com operações consolidadas em todos os estados do Brasil, a Connecting Food segue ampliando sua missão de reduzir o desperdício e fomentar uma nova cultura em torno da gestão de alimentos.
“Cada alimento salvo é uma oportunidade de fazer a diferença, mas isso só funciona quando empresas e consumidores percebem a importância de agir juntos”, destaca Pereira.
A trajetória da Connecting Food é uma prova de que iniciativas de impacto podem transformar realidades, unindo tecnologia, propósito e responsabilidade social.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Exame.
