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Mandioca na Indústria: alternativa ao açúcar

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A mandioca, ingrediente típico da culinária brasileira, vem ganhando espaço na indústria como alternativa ao açúcar, especialmente no setor de bebidas e suplementação alimentar, conforme reportagem da Bloomberg Línea.

A Expansão da Lorenz

A Lorenz, líder no setor, investe no amido extraído da mandioca para fortalecer sua atuação. Segundo Aleksandro Siqueira, diretor de Novos Negócios, a maltodextrina tornou-se essencial para a empresa, principalmente após novas regulamentações sobre açúcares adicionados.

“Muitas indústrias substituem o açúcar convencional por maltodextrina para evitar a obrigatoriedade de declarar açúcares adicionados nos rótulos”, afirmou Siqueira à Bloomberg Línea.

A maltodextrina, usada em sucos, bebidas e aromas, substitui o açúcar adicionado e garante conformidade regulatória. O ingrediente pode ser extraído de cereais, como milho, ou tubérculos, como mandioca.

Crescimento e Exportação

Com a exigência da Rotulagem Nutricional Frontal (RNF) a partir de 2025, muitas empresas buscam alternativas. A Lorenz projeta um crescimento de 25% em 2025, com faturamento estimado de R$ 412 milhões, frente aos R$ 330 milhões do ano anterior.

Atualmente, 50% da produção da empresa é exportada para EUA, Europa e América Latina. Entre os principais produtos estão fécula para panificação, amidos modificados e maltodextrina.

Inovação e Expansão

A mandioca é um ingrediente versátil, sendo utilizada na indústria de laticínios para substituir açúcar, sódio e gordura, além de melhorar textura e vida útil dos produtos. Outros setores, como óleo & gás, também fazem uso dos amidos modificados.

Fundada em 1916, a Lorenz processa 280 mil toneladas de mandioca por ano e possui unidades em Quatro Pontes, Cianorte e Paranavaí (PR), além da planta de Mundo Novo (MS) adquirida em 2021. Sua capacidade de processamento chega a 25 mil toneladas de raiz de mandioca por mês.

Perspectivas para o Setor

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), a produção de mandioca no Paraná deve crescer 6% em 2025, chegando a 4 milhões de toneladas. O Brasil, no entanto, enfrenta forte concorrência da Tailândia, onde algumas fecularias processam até 2.000 toneladas de raiz de mandioca por dia.

Para se destacar, a Lorenz aposta na agregação de valor aos produtos. Segundo Rafael Tortola, CEO da GTFoods, grupo que adquiriu a empresa em 2014, a Lorenz desempenha um papel estratégico para os negócios.

“Estamos consolidando nossa posição no mercado, atendendo à crescente demanda interna e externa. O cenário de 2025 trará oportunidades significativas para expansão e fortalecimento das parcerias”, afirmou Tortola.

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