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Inteligência artificial transforma a indústria de alimentos

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Grandes empresas do setor alimentício estão investindo cada vez mais em inteligência artificial (IA) como ferramenta estratégica para inovação, eficiência operacional e antecipação de tendências. Em um setor altamente competitivo e sujeito a rápidas mudanças, a tecnologia tem se mostrado essencial para empresas que buscam se manter na liderança de mercado.

Durante o evento virtual “O Estado da Inovação na Indústria de Alimentos”, promovido pelas publicações Food Dive e Manufacturing Dive em 9 de abril, representantes das empresas Kellanova e Ingredion compartilharam como estão utilizando IA para transformar suas operações e estratégias de desenvolvimento de produtos.

IA aplicada à cadeia de suprimentos

David Lestage, diretor de P&D da Kellanova — empresa por trás de marcas como Pringles e Rice Krispies — destacou que a IA já figura entre as cinco principais prioridades tecnológicas da companhia em 2024, ao lado de gêmeos digitais e análise avançada de dados. Uma das aplicações mais relevantes é a capacidade de identificar substituições viáveis para ingredientes em caso de escassez ou problemas logísticos, permitindo tomadas de decisão mais ágeis e com menor impacto produtivo.

Além disso, a IA tem papel fundamental no monitoramento de conformidades regulatórias internacionais. Utilizando a plataforma RegAsk, a Kellanova consegue se manter atualizada sobre mudanças em regulamentações que afetam diretamente seus produtos — como leis sobre embalagens ou emissões de carbono — sem a necessidade de interpretação manual de normas locais.

Na Ingredion, Chad Davis, vice-presidente de cadeia de suprimentos global, explicou que a empresa utiliza um gêmeo digital de sua rede logística para simular cenários e prever os impactos de eventos disruptivos, como tarifas comerciais ou atrasos no transporte marítimo. Essa simulação permite respostas rápidas e precisas frente a possíveis crises.

Inovação orientada por dados de consumo

Além das melhorias operacionais, a IA também está impulsionando a inovação em produtos. As ferramentas da Tastewise — startup especializada em IA para o setor alimentício — estão sendo utilizadas para captar sinais emergentes de consumo com base em bilhões de dados extraídos de redes sociais, receitas, cardápios e outras fontes.

A Kellanova, por exemplo, aplica a tecnologia para criar novas formulações, rótulos e alegações de produto mais alinhadas com os desejos dos consumidores. A combinação com ferramentas da Microsoft, como Copilot e Edge, potencializa ainda mais a geração de insights para novos lançamentos.

“A velocidade com que conseguimos captar feedbacks do consumidor e traduzir isso em inovações tangíveis tem reduzido o tempo de desenvolvimento de produtos em vários meses”, relatou Lestage.

Segundo Tal Tochner, COO da Tastewise, a personalização é a chave do sucesso: “As empresas vencedoras são aquelas que conseguem interpretar dados locais e específicos de seus consumidores para adaptar suas estratégias e ganhar espaço nas gôndolas.”

Tendências para o foodservice

O uso crescente da IA por grandes players da indústria é um sinal claro de transformação digital no setor. Para o mercado brasileiro de foodservice, essa tendência aponta para oportunidades concretas de ganho em agilidade, personalização e competitividade. Ferramentas de análise preditiva, gêmeos digitais e plataformas de monitoramento regulatório estão cada vez mais acessíveis — inclusive para empresas de médio porte.

Investir em inteligência artificial não é mais uma visão de futuro, mas uma necessidade presente para quem deseja se manter relevante em um mercado dinâmico e centrado no consumidor.

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