O relatório World Market for Snacks 2024, da Euromonitor International, revela uma tendência global crescente: consumidores de diferentes países estão substituindo refeições tradicionais por snacks. Esse comportamento reflete mudanças no estilo de vida, que priorizam conveniência e economia, em um contexto de incertezas econômicas. No Brasil, categorias como barrinhas de cereal, salgadinhos, nozes, sementes e mix de castanhas, além da pipoca, lideram o crescimento no setor.
Cenário Brasileiro: Snacks em Alta
Entre 2023 e 2024, as categorias de snacks que mais cresceram no Brasil foram:
- Barrinhas de cereal: crescimento de 17%;
- Salgadinhos: aumento de 11,3%;
- Nozes, sementes e castanhas: 11%;
- Pipoca: 10,5%.
Adriana Murasaki, consultora associada da Euromonitor International, explica que o aumento dos preços de alimentos básicos tem sido um dos principais fatores por trás desse fenômeno. “Mudanças climáticas e tensões geopolíticas têm impactado os preços de itens essenciais, como arroz, que subiu 35% no último ano, batatas (55%) e vegetais frescos (20%). Isso faz com que os consumidores busquem alternativas mais acessíveis e práticas, como os snacks”, afirma.
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Snacks Como Conforto e Conveniência
Carl Quash III, diretor global de pesquisa sobre snacks da Euromonitor, destaca que o consumo de snacks está associado a uma busca por conforto e alívio do estresse. “Os snacks oferecem prazer e funcionam como uma auto-recompensa acessível, seja em momentos de socialização ou ocasiões especiais.”
Além disso, com o retorno ao trabalho presencial, os consumidores têm priorizado conveniência. Nesse cenário, as barrinhas de proteína se tornaram destaque ao combinar praticidade, opções saudáveis e alta saciedade. Produtos com sabores adaptados ao mercado brasileiro, como brigadeiro e doce de leite, além de versões veganas e sem glúten, ampliam ainda mais as escolhas.
Mercado Global e Projeções no Brasil
O mercado global de snacks movimentou cerca de US$ 680 bilhões em 2024, registrando um aumento de 3,7% em valor constante em relação ao ano anterior. No Brasil, a expectativa é que o setor atinja R$ 161 bilhões até 2029, com inovações que incluem categorias como laticínios, exemplificadas por palitos de mussarela e iogurtes que não precisam de refrigeração por várias horas.
Segundo Murasaki, essas inovações estão transformando os snacks em opções indispensáveis para o dia a dia, indo além de indulgências ocasionais e ganhando espaço até entre consumidores mais preocupados com saúde e bem-estar.
Essa adaptação foi inspirada na matéria original publicada pela Food Innovation