FoodBiz

PUBLICIDADE

Typcal: startup aposta em proteína de micélio

Eduardo Sydney e Paulo Ibri, cofundadores da Typcal — Foto: Divulgação

A startup brasileira Typcal, especializada na produção de proteína feita com micélio de cogumelos, acaba de anunciar um passo importante para sua expansão: a construção de uma nova fábrica em Curitiba (PR), voltada para a fermentação de micélio com foco na indústria alimentícia. A iniciativa é fruto de uma parceria com a empresa Allbiom, referência na produção de biorreatores, que agora também se torna sócia do negócio.

A nova planta, que deve ser inaugurada no terceiro trimestre de 2025, permitirá à foodtech produzir até 5 toneladas por mês e iniciar suas operações comerciais no mercado B2B (business to business). A previsão é de faturar cerca de R$ 5 milhões já no primeiro ano.

Segundo reportagem publicada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN), o investimento na nova estrutura foi de R$ 5 milhões. A startup sai agora de sua planta piloto, onde testava sua tecnologia, e passa a operar em uma escala mais robusta, mirando também um segundo salto de produção já para 2026.

Fundada por Paulo Ibri, a Typcal surgiu em 2022 com uma proposta diferente das tradicionais foodtechs que apostam em proteínas vegetais: ela investe no micélio, a parte dos fungos que cresce debaixo da terra, semelhante a raízes. Essa biomassa, ao ser cultivada em biorreatores, pode se transformar em alimentos com textura e aparência similares à carne animal – como frango, peixe ou hambúrguer.

“A tecnologia do micélio tem diversos benefícios, em termos de escalabilidade e sustentabilidade, conseguimos produzir a mesma quantidade de proteína em poucos metros quadrados”, afirmou Ibri à PEGN. Um dos desafios, no entanto, está no alto custo para viabilizar essa produção em larga escala.

A startup utiliza uma espécie de “sopa de nutrientes” à base de levedura de cerveja e amido de milho, colocada em biorreatores que, em 24 horas, geram uma biomassa chamada Neutra PRO. Esse insumo pode ser transformado em diferentes tipos de alimentos pela indústria, como salsichas, hambúrgueres, peitos de frango e até cereais matinais.

Enquanto se prepara para a operação em escala, a Typcal passou os últimos dois anos desenvolvendo testes com grandes marcas e lidando com o processo de regulamentação junto à Anvisa. Embora o fungo utilizado tenha histórico de consumo seguro no Brasil, o processo produtivo é inovador e, por isso, precisa de aprovação como novo ingrediente. A expectativa é que a autorização saia no segundo semestre de 2025.

As primeiras aplicações previstas no Brasil devem aparecer em produtos cárneos, híbridos e snacks proteicos. E os planos são ambiciosos: a empresa está desenvolvendo um micélio concentrado com maior teor de proteína, visando o mercado de suplementação esportiva, como alternativa ao whey protein.

Além disso, a Typcal já possui aprovação para vender seus produtos na Europa e estuda a abertura de escritórios na Bélgica ou Holanda, aproveitando o ambiente favorável à pesquisa e inovação. A produção, no entanto, continuará no Brasil, devido à disponibilidade de insumos e aos custos operacionais mais baixos.

Com a capacidade da nova fábrica já praticamente comprometida com os pedidos atuais, a startup pretende abrir uma rodada Série A de investimentos no valor de R$ 20 milhões, mirando sua próxima expansão já para o segundo semestre de 2026.

Fonte: Revista PEGN – Pequenas Empresas & Grandes Negócios
Matéria adaptada para o blog do IFB.

Compartilhar