A pandemia do coronavírus afetou não só os setores alimentícios, mas o comportamento do consumidor no Foodservice. Para analisar os movimentos do mercado, a Mosaiclab, em parceria com o The NPD Group, realizou a CREST (Consumer Report on Eating Share Trends) 4T21 Foodservice Global, em 2021.
A pesquisa é responsável por mensurar continuamente o comportamento de compra e atitudes essenciais do cliente em diversas ocasiões de consumo.
Esse estudo é muito importante para os donos de estabelecimentos, pois permite, entre tantos benefícios, a antecipação de ações, tendências de consumo, oportunidades de atuação e acompanhamento da performance no contexto competitivo.
Por isso, confira a seguir, as mudanças no comportamento do consumidor no Foodservice observadas em 2021 e as tendências para 2022.
CREST 4T21: base da pesquisa
A CREST 4T21 analisou os hábitos de compras e o comportamento do consumidor no Foodservice – gasto, tráfego e ticket médio no Brasil e em todo o mundo.
Sob perspectiva global, países enfrentavam taxas de inflação nunca vistas antes. Apesar do aumento nos gastos dos consumidores, ela foi uma das grandes responsáveis pelas mudanças no setor de Foodservice. Elas aconteceram devido aos desequilíbrios entre oferta e demanda, falta de matérias-primas e desajustes nas cadeias de abastecimento.
Na verdade, espera-se, ainda, que a inflação continue afetando o cenário. Além disso, a atual guerra na Ucrânia também ajuda a pressionar commodities, petróleo, moedas e taxas de juros – outros fatores que afetam as economias mundiais e, consequentemente, o segmento e o comportamento do consumidor no Foodservice.
Mudanças no mercado Ásia-pacífico
As consequências da pandemia de Covid-19 e altas taxas de inflação, são observadas sobretudo no mercado asiático. A China, por exemplo, sofre com a desaceleração do segmento, enquanto a Coreia do Sul vivencia a maior inflação dos últimos 13 anos.
A Austrália, por sua vez, vive um momento de crescimento no setor de varejo e canais off-premise (consumo fora do local), enquanto o gasto no setor cresce, sustentado pelo ticket dos consumidores.
Mercado europeu
Na Europa, o mesmo cenário é observado. Alemanha e Itália enfrentam os maiores índices de inflação desde 1980 e 1990.
Já o consumo off-premise ganha cada vez mais destaque na Espanha e França.
Mercado norte-americano
Nos Estados Unidos a inflação aumentou os preços em 8%, em comparação ao mesmo período analisado em 2019. Porém, mesmo neste ano o gasto em Foodservice cresceu 5% e a perspectiva de tráfego é atingir, pelo menos, 98% do observado no período pré-pandemia.
O comportamento do consumidor no Foodservice brasileiro
Já o mercado brasileiro apresenta melhora em todos os segmentos!
O gasto médio do brasileiro no setor foi de R$169,4 bilhões em 2021, um aumento de 18% em comparação ao ano anterior. Além dele, o tráfego também aumentou em 5% (10,5 bilhões de visitas) e o ticket médio subiu para R$16,21 – um acréscimo de 12%.
A pesquisa demonstrou um aumento do ticket médio tanto individual, quanto por grupo, no 4T21 (22% e 26%, respectivamente), o que pode causar obstáculos à recuperação do segmento.
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Gastos globais
Segundo a CREST 4T21 Foodservice Global, a redução das restrições de circulação, sobretudo na Europa, aumento do tráfego e do ticket médio, fez com que o gasto global dos consumidores fosse recuperado.
A China foi a única exceção no trimestre, devido às fortes restrições da política de “Covid zero”.
Tráfego do consumidor global
O tráfego finalizou 2021 abaixo dos níveis pré-pandêmicos em todos os mercados, mesmo com a alta nos tickets.
Os Estados Unidos, Europa e Brasil são os locais que apresentam recuperação generalizada. A China, por sua vez, foi a mais afetada outra vez, devido às restrições impostas pela pandemia.
Daypart
Na pré-pandemia, o daypart sofreu um gap considerável em tráfego durante todas as ocasiões de consumo, principalmente na hora do almoço – no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Contudo, houve aumento no índice no último trimestre de 2021, sobretudo no Brasil e Europa.
Modelo de comportamento do consumidor no Foodservice
O comportamento do consumidor no Foodservice on-premise (no local) foi afetado apenas em países com novos picos e restrições relacionadas ao Covid-19, como a China. Já no Brasil, América do Norte e Europa, esse modelo de consumo ganhou destaque.
Tanto é que por aqui, o consumo em casa caiu 5%. Isso demonstra mudanças de hábitos de consumo acelerado, que vieram para ficar.
A CREST 4T21 Foodservice Global, realizada pelo Instituto Foodservice Brasil, demonstra que todos os mercados ainda têm espaço considerável para recuperar aqueles níveis observados durante a pré-pandemia. Não à toa, tráfego, segmentos e dayparts estão em contínuo crescimento desde o final do ano.
Em contrapartida, a alta nos preços pode ser uma das maiores barreiras para recuperação completa do setor em 2022.
