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A nova onda do food delivery

Há cerca de 1 ano e meio atrás, quando estourou a pandemia, muitos restaurantes se viram num mar revolto e sem boias. O primeiro movimento e, esperado por todos, foi movimentar-se para entrega em domicílio — o conhecido delivery. Nesta movimentação, muitos restaurantes que ainda não estavam preparados para o delivery, viram-se reféns das plataformas de marketplace que, inclusive, oferecessem a logística de entrega.

Por este desespero, muitos preços acabaram subindo. O consumidor também refém deste cenário, e por falta de opção, acabou entrando no circuito e bancando parte deste aumento de preços. Porém, este cenário a médio prazo não seria sustentável para Restaurantes, e tampouco para outros pontos importantes desta cadeia alimentar.

Bom, com a vacinação crescendo e o movimento presencial começando a retomar, muitos acreditavam que o delivery iria voltar aos pequenos patamares que representavam antes da pandemia, mas o que se vê não é exatamente isto, e sim, um novo canal se abrindo para novas oportunidades de aumento de faturamento para bares & restaurantes.

Porém, alguns pontos estão sendo “cobrados” pelos novos consumidores de delivery “pós-pandemia”, como por exemplo:

Todos estes pontos cobrados pelos novos consumidores, também vem com uma mensagem importante, o valor pago. E, nesta mensagem, muita ginástica vem sendo feita pelos Restaurantes para compor esta equação.

A eficiência de entregas/logística, a melhor negociação com plataformas, a multicanalidade, o próprio app ou e-commerce, são algumas das formas de otimizar seus custos, e claro, conseguir chegar a melhores preços finais para seus consumidores.

Em todo caos, oportunidades surgem, e novas fontes de receita estão sendo criadas neste cenário futuro. Empresários têm que buscar sua organização e, com criatividade e vontade, arriscar para sair na frente nestes pontos.

Dentre os promissores negócios de delivery que vemos, atualmente, podemos citar:

A partir da coleta de dados em suas plataformas digitais, os restaurantes, podem — e devem — começar a criar cardápios customizados paras seus consumidores, aumentando a oportunidade de vendas e aumento de ticket. Customização ponta-a-ponta também é um dos grandes diferenciais que a tecnologia pode prover, porém, depende muito do grau de integração tecnologica entre plataforma e loja.

As chamadas “cozinhas escuras” ou “fantasmas” tem sido uma ótima opção para redução e otimização de custos. A redução da área física e de “detalhes” que o atendimento ao público demanda, os custos de locação e montagem reduzem-se significativamente. Além de ser possível, replicar em áreas geográficas mais estratégicas para logística de entrega.

Em conjunto as “dark kitchens” as marcas virtuais também tem crescido e oferecido uma boa margem de lucratividade aos operadores de delivery. Aumentando sua presença online, com marcas específicas, buscando novos consumidores e facilitando a escolha pelo consumidor em seus variados canais digitais. A otimização de pessoal, logística e equipamentos, fazem das marcas virtuais as “queridinhas” do momento.

Algumas marcas virtuais tem apresentado tamanho sucesso, que estão sendo feitos “spin-offs” destas para se tornarem novos negócios inteiros!

Um dos maiores custos, na última milha, vem da roterização falha quando montada a rota de “retirada-e-entrega” em várias localidades. Montar parcerias com restaurantes “ao redor”, quando você não consegue sozinho ter uma “dark kitchen”, permitiria formar algo como uma “praça de alimentação” com tipos diferentes de cozinhas, otimizando a roteirização de pedidos diferentes, já que a retirada seria em um único local, e a entrega também. Assim, um único pedido, de várias cozinhas diferentes, de ponta a ponta, sendo mais ágil e economizando tempo e dinheiro.

Numa oportunidade de aumento de ticket médio, entregar mais itens para o mesmo cliente, com o mesmo entregador parece uma saída viável. Assim, com o concierge virtual, pode-se agrupar em uma entrega de comida, a busca da sua encomenda na farmácia ou sua roupa na lavanderia.

Desde 2020 a Abrasel — Associação Brasileira de Bares e Restaurantes — vem trabalhando no protocolo OpenDelivery para a padronização da comunicação entre todos os participantes do ecossistema de delivery no foodservice. Com este protocolo único, todos passam a falar a “mesma língua” facilitando as implementações e garantindo sua liberdade de escolhana ponta do seu restaurante.

O mundo mudou e os negócios precisam se adaptar, isto é um fato. A digitalização não é mais uma necessidade, mas sim, o dia-a-dia.

Já as plataformas digitais deverão buscar melhorar a experiência do consumidor através da quantidade “generosa” de dados que dispõem, e claro, novas maneiras de reduzir seus custos junto aos Restaurantes, tornando tudo mais “democrático”.

Marcio Blak, criando estratégias para empresas de software de food, delivery & franquias crescerem – saiba mais em www.foodfranquias.com.br

Imagem: ShutterStock