Um dos ingredientes mais tradicionais do prato nacional está saindo de cena, especialmente entre os mais jovens. Dados recentes mostram uma redução no consumo de arroz no Brasil, o que tem gerado preocupação entre produtores, nutricionistas e especialistas em cultura alimentar. Mais do que uma questão econômica, essa mudança impacta também a saúde da população e representa uma perda de elementos importantes da identidade alimentar brasileira.
Para enfrentar essa tendência, o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC) vem liderando iniciativas que buscam reacender o interesse pelo grão, valorizando seus benefícios e fortalecendo a cadeia produtiva.
Queda no consumo e impactos
Segundo o relatório Projeções do Agronegócio 2023/24 a 2033/34, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com a Embrapa, o arroz está entre os alimentos que mais perderam espaço na mesa dos brasileiros na última década. A ingestão caiu de 11,8 milhões de toneladas em 2013/14 para 11 milhões em 2023/24. O feijão e a carne vermelha também seguem essa tendência, marcando uma mudança significativa nos hábitos alimentares do país.
Entre os motivos apontados, estão o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, a busca por praticidade, a rotina acelerada e a popularização dos serviços de delivery. A alimentação fora de casa e o distanciamento de práticas tradicionais como o preparo de refeições em família também contribuem para essa transformação.
Estilo de vida e saúde em alerta
De acordo com Walmir Rampinelli, presidente do SindArroz-SC, a nova geração tem priorizado refeições rápidas e prontas, muitas vezes em detrimento de opções mais saudáveis. Esse novo estilo de vida está diretamente relacionado ao aumento dos índices de sobrepeso e obesidade no país.
O Atlas Mundial da Obesidade 2025 aponta que 68% da população brasileira está acima do peso – com 31% diagnosticada com obesidade. Um estudo da Fiocruz também prevê que, se o cenário não mudar, metade das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos terão sobrepeso ou obesidade até 2035.
Esse quadro preocupa, já que a obesidade está associada a diversas doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares.
Arroz: versátil, nutritivo e acessível
Apesar de subestimado por parte do público jovem, o arroz é um alimento prático de preparar e altamente nutritivo. Em cerca de 20 minutos, com poucos ingredientes, é possível cozinhar o grão e combiná-lo com uma ampla variedade de acompanhamentos. Ele ainda pode ser preparado em grandes quantidades e armazenado, facilitando o consumo ao longo da semana.
Rico em carboidratos complexos, o arroz fornece energia de forma equilibrada e ajuda a manter a saciedade. Também é fonte de vitaminas do complexo B, minerais como magnésio e fósforo, e fibras que favorecem a digestão e o controle do colesterol. Por não conter glúten, é uma opção segura para pessoas com intolerância ou sensibilidade a essa proteína.
Iniciativas para valorizar o arroz
Para fortalecer o consumo e preservar o papel do grão na alimentação nacional, a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) criou o Fundarroz – um fundo em parceria com os Sindicatos das Indústrias de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A proposta é investir em campanhas nacionais, ações de educação alimentar e estratégias que garantam a sustentabilidade do setor.
Sobre o SindArroz-SC
Desde 1975, o Sindicato das Indústrias do Arroz de Santa Catarina atua na defesa dos interesses das cerealistas do estado. Com 27 indústrias associadas, a entidade representa um setor que responde por 15% do abastecimento nacional de arroz e gera milhares de empregos diretos e indiretos. Além de sua importância econômica, o sindicato busca também contribuir para a valorização do arroz como parte essencial da cultura e da saúde alimentar dos brasileiros.
Fonte: PIXTV