É indiscutível o impacto que a pandemia causou em todos os elos da cadeia do foodservice.
Trabalho com alimentação fora do lar há mais de dez anos e, assim como todos, me cobrei muito em encontrar a solução para as vendas se manterem mesmo com a pandemia. Mas foi quando falei com pessoas mais experientes que eu me dei conta que ninguém teve uma formação de estratégia em pandemia global – e por isso a importância do trabalho conjunto para nos recuperarmos o mais breve possível.
A insegurança tomou a todos, e cada dia foi um novo dia. As projeções ainda são diversas, mas hoje já temos situações onde nos pegamos não mais lutando contra a falta de vendas, mas sim sobre a falta de matéria-prima ou insumos para atendermos a atual demanda. Nos últimos dois meses, por exemplo, tivemos recordes de vendas na Cargill FS e agora nosso desafio tem sido, em algumas categorias, termos mais disponibilidade de produto.
Problemas bons, é o que tenho dito.
Mas o que ainda nos perguntamos é: como será o nosso consumo pós-pandemia? Viveremos de fato um novo normal, ou assim que tivermos a tão esperançosa vacina, todos voltaremos ao consumo antigo?
Minha visão é: a pandemia acelerou as tendências de nosso mercado no Brasil e o foodservice, que antes ainda era um mercado sem muita informação, em que poucos se aventuravam e ainda lento para inovação no Brasil, pode crescer dígitos ainda mais acelerados do que já conhecemos.
Na ponta do consumo, temos explorado mais canais de compra: delivery, take away, restaurantes físicos adaptados (não, o self service não vai morrer), supermercados investindo no foodservice disponibilizando mais refeições, até no salão de beleza e na garagem dos condomínios temos disponibilidade de alimentações muito bem preparadas.
A casa da “dona Maria” ou do “chef Gustavo” viraram local tendência de abertura de negócio e as famosas dark kitchens aceleraram para não mais parar. Pessoas que tinham o sonho de ter seu restaurante, mas não tinham condições e estrutura, agora empreendem onde podem.
Nunca foi tão importante falar de propósito e causa ligado à alimentação. Preocupações com qualidade e segurança alimentar são temas avaliados com prioridade pelo consumidor na escolha do restaurante.
Com tanta informação rápida, não é só o consumidor que está mais exigente, mas também para os canais de distribuição e indústrias, a necessidade de termos informações especializadas e mapeadas.
E mais do que nunca, a comunicação é essencial na confiança que gera negócios entre todos os elos da cadeia do FS!
Demos um passo pra trás em resultados, mas de impulso para maiores conquistas no nosso mercado. Perto ou longe, dentro da cozinha ou através de live, na compra no papel ou no e-commerce, mantemos nossa missão de levarmos os melhores produtos e serviços em nosso mercado, mas agora com agilidade, inovação e segurança.
Foto: divulgação