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Giraffas investe em franquias menores para expandir

Com cerca de 65% das unidades em shoppings centers, a rede de restaurantes Giraffas, que completa 40 anos em 2021, vai continuar investindo em novos modelos de franquias para expansão. A estratégia de diversificação de modelos surgiu em 2019, mas acabou se consolidando com a pandemia da covid-19 no ano passado.

Segundo o diretor de Expansão do Giraffas, Eduardo Guerra, em 2019, a rede identificou a demanda por grandes marcas em cidades do interior e desenvolveu modelos que pudessem atender essas regiões. “Começamos a fazer esses investimentos antes da pandemia e essa estratégia de expansão através da diversificação de modelos veio ao encontro do cenário que se apresentou no ano passado”, conta.

Com o projeto pensado para cidades com até 30 mil habitantes, a Giraffas apostou em unidades especializadas em hambúrguer e em lojas menores, com um cardápio reduzido e investimento e custo operacional mais baixos.

Enquanto o investimento inicial para uma loja de rua, com área de cerca de 200 metros quadrados, sai em torno de R$ 800 mil e uma unidade no shopping custa cerca de R$ 650 mil, uma loja burguer em uma cidade menor custa por volta de R$ 400 mil. “O investimento Burger é mais baixo do que o dos canais tradicionais exatamente para capitalizar essa expansão e fazer sentido em vista do plano de negócios e retorno dos nossos franqueados.”

Mesmo com a pandemia, em 2020 foram abertas 22 unidades. Para este ano, são esperadas novas 30 lojas. “As lojas que inauguramos no ano passado estão muito bem, apresentando resultados além das expectativas e logicamente isso influencia na rede como um todo”, diz.

Adequação do cardápio

Além dos novos modelos de negócios, a Giraffas fez adequações no cardápio para facilitar os procedimentos operacionais dos franqueados na pandemia. “Buscamos alterações nos produtos para facilitar a operação e trazer ganho de eficiência, sem que perder o conceito e estrutura da rede, que tem como carro-chefe a diversidade, variedade e capacidade de atingir públicos diferentes, em diferentes momentos”, explica.

Com as restrições impostas pela pandemia e o fechamento de lojas em diversos momentos para conter o avanço do coronavírus, a rede fez um investimento pesado no desenvolvimento do delivery. “Houve um direcionamento quase que integral de toda a nossa verba de marketing para o canal delivery, com investimento na comunicação com o público, em embalagens e aumento do relacionamento e parceria com os agregadores”, conta.

Para se ter uma ideia, as vendas pelo delivery tiveram um crescimento entre 170% e 200% em março deste ano, primeiro mês que pode ser comparado desde o início da pandemia no País. “Já existia a tendência pelo delivery, mas, com a pandemia, ela foi bastante acelerada, já que, em muitos meses do ano passado, foi praticamente nossa única fonte de receita.”

A rede tem usado o investimento em tecnologia para impulsionar ainda mais o delivery. “A partir do aplicativo, a gente consegue entender quais são as características dos nossos clientes. Do ponto de vista de cardápio, reduzimos um pouco a oferta, direcionando a compra para facilitar a escolha”, explica.

Futuro

Com um tombo em torno de 50% no faturamento da rede em 2020, a previsão para este ano é que otimista, com crescimento esperado de 60%. Ficando entre 85% e 90% do resultado de 2019, melhor ano da história da Giraffas. “Do ponto de vista de faturamento, certamente, a gente vai crescer”, diz Guerra.

O executivo acredita numa melhora considerável a partir do segundo semestre, principalmente no último trimestre. “Tão logo passe a fase mais aguda e aumente o nível das vacinas, no segundo semestre, vamos performar muito próximo do que foi 2019. Quando teve uma diminuição da pandemia, no final do ano passado e em janeiro, a gente já estava muito próximo do que foi 2019”, diz.

Por Larissa Féria
Fotos: Divulgação