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Brasileiro gasta 34,6% da sua renda com serviços de alimentação

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) realiza nesta quinta-feira (26) o 12º Congresso Internacional de Food Service, em São Paulo. Neste ano, o evento tem como tema “O novo food service: o mundo em transformação e as novas fronteiras!”, e abordará as profundas mudanças no mercado de serviços de alimentação geradas pela inovação e pela implementação de tecnologias.

De acordo com Daniel Silva, coordenador do Comitê de Food Service da ABIA e um dos palestrantes do congresso, o perfil do consumidor mudou. “Em um passado recente, a marca tinha muito mais valor. O consumidor confiava e consumia produtos da marca e isso bastava. Hoje, ele quer ter experiência e avalia o atendimento, o serviço prestado e o produto baseado nessa experiência, seja pelas redes sociais ou pelos aplicativos”, destaca Silva.

Além da saudabilidade que os alimentos podem oferecer e da experiência obtida, o consumidor também faz a relação do produto, do serviço e da empresa com os seus valores. Se é uma empresa sustentável ou não, se a companhia agride ou não o meio ambiente, se preza pelo bem-estar animal, tudo isso é considerado pelos consumidores nos dias de hoje.

Para Fernando Munhoz, diretor de Food Service da Fazenda Futuro e um dos palestrantes do evento, oferecer ao consumidor uma experiência nova e baseada em valores é um caminho sem volta. “Hoje, as pessoas têm alterado a sua dieta em busca de alimentos mais saudáveis, produzidos por empresas mais conscientes com a sustentabilidade do planeta. E essa ideia vem crescendo”, ressalta o diretor.

Prova disso é o sucesso que o hambúrguer “feito de planta”, o chamado planted-based, lançado pela empresa neste ano, tem feito no mercado. A foodtech brasileira recebeu, em julho, aporte de US$ 8,5 milhões em sua primeira rodada de investimento externo, elevando seu valor de mercado para US$ 100 milhões.

“O DNA da Fazenda Futuro está ligado à inovação. Nas próximas semanas vamos lançar uma versão 2.0 do hambúrguer, além de carne moída e almôndega”, conta Munhoz. O executivo fará parte do painel “Natural e Tech: como fica a comida do futuro e o papel da indústria de alimentos”.

Outro exemplo de crescimento exponencial vem da colombiana Rappi, que recebeu aporte de US$ 1 bilhão em maio de um grupo japonês. A empresa estará representada no congresso por Eduardo Sodero, diretor da Rappi no Brasil. Ele irá compor o painel “Conectividade total: a nova fronteira do Food Service”.

O evento contará também com José Barattino, Chef executivo do Eataly, Alexandre Canatella, diretor de Negócios Digitais do Carrefour, David Grinberg, vice-presidente de Comunicação Corporativa e de Relações com Investidores da Arcos Dorados, Cristiane Ribeiro, fundadora e diretora de Estratégia do Delivery Center, entre outros importantes nomes.

Mercado

O brasileiro gasta cerca de 34,6% da sua renda com refeições preparadas fora de casa. Ano passado, o faturamento dos serviços de alimentação, o chamado food service, chegou a R$ 172,6 bilhões.

“Nós temos dois tipos de segmentos dentro do food service. Temos as grandes cadeias, como Habib’s, McDonald’s e Burger King por exemplo, e temos o operador independente, que é o restaurante, a padaria, o bar, entre outros. No Brasil, 85% do mercado é independente e 15% grande cadeia”, explica Daniel Silva.

É um mercado com 1,3 milhão de pontos de vendas no Brasil e que não para de crescer. De 2008 a 2018, mesmo com a crise econômica dos últimos anos, as vendas dos serviços de alimentação cresceram, em média, 11,5% ao ano. O setor varejista de alimentos, no mesmo período, cresceu 9,4%. Em 2018, o segmento do food service apresentou crescimento de 4,8%.

SERVIÇO
Data: 26/09/2019
Horário: 8h30 às 17h30
Local: Centro Universitário SENAC – Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Centro de Convenções, Santo Amaro – SP.

(Foto reprodução)