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Webinar vai debater consumo no foodservice no pós-pandemia

No próximo dia 30 de setembro a pesquisa “Alimentação na Pandemia – A Visão dos Operadores de Foodservice” será apresentada e debatida em um webinar com a participação de Ely Mizrahi, presidente do IFB (Instituto Foodservice Brasil); Simone Galante, CEO da Galunion; e Fernando Blower, diretor executivo da ANR (Associação Nacional de Restaurantes). A transmissão, que ocorrerá às 10h, tem inscrições abertas no link https://bit.ly/3kHTXAP

Realizada em parceria entre a ANR, a consultoria Galunion, especializada no mercado foodservice, e o IFB, a nova pesquisa da série Covid-19 mostra que 62% dos restaurantes, bares, café e lanchonetes ainda não recuperaram as vendas aos patamares pré-pandemia, no período de julho de 2021 com julho de 2019. Outros 13% já conseguem faturar nos mesmos níveis e 25% superaram a receita no mesmo período.

Maior estudo já feito no Brasil durante a pandemia envolvendo o setor de foodservice, a pesquisa contou com 800 empresas de diversos perfis – de redes a independentes – de todos os estados brasileiros, que representam 22.907 lojas, das quais 67% estão localizadas nas ruas e outras 22% em shoppings e centros comerciais. As entrevistas foram realizadas entre 12 de agosto e 8 de setembro.

Endividamento continua alto

O nível de endividamento das empresas do setor segue alto no país: 55% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes se declaram endividados. Desse total, 78% devem para bancos, 57% estão com impostos em atraso, 24% têm dívidas com fornecedores e 14% afirmam ter pendências trabalhistas.

Do total de endividados, 48% afirmaram que devem levar mais de dois anos para pagar seus débitos e 63% disseram que vão aderir a planos de parcelamento como o Refis e outros anunciados pelos governos (federal, estadual ou municipal).

Outro dado relevante diz respeito à expansão do delivery, única maneira encontrada por muitas empresas para sobreviver à pandemia, principalmente após os mais de 100 dias de fechamento de março a julho de 2020. Em média, a receita hoje em delivery representa 39% do total do faturamento das empresas, contra 24% antes da pandemia.

Mesmo com o retorno presencial nas lojas, 85% dos estabelecimentos pretendem manter o delivery. Já 15% disseram que irão manter apenas as operações presenciais.

“A pesquisa aponta de maneira geral o que podemos considerar o início de um processo de recuperação que certamente será longo e irá durar alguns anos. Apesar da melhora no índice de endividamento, a grande maioria das empresas ainda sofre as consequências da pandemia e apenas agora, com o avanço da vacinação, a queda nos índices da covid e o retorno gradual dos clientes começa a se reerguer. De nossa parte, seguirmos em defesa dos interesses de todos o setor para a conquista de novos refis, crédito, queda de impostos e ICMS. Só assim conseguirmos acelerar a recuperação”, afirma Fernando Blower, diretor-executivo da ANR.

Para Ely Mizrahi, presidente do Instituto Foodservice Brasil (IFB), a pesquisa reafirmou os desafios que o setor ainda tem pela frente. “Os resultados reforçam a importância de atuarmos de forma coesa, com todos os elos da cadeia de valor, focando na busca por soluções e iniciativas que apoiem o setor de foodservice neste processo de retomada”, ressalta.

Novos produtos

Diante de um cenário de crescimento da inflação ainda no início da recuperação do setor, 31% das empresas afirmaram que não lançaram novos produtos no cardápio.  “Esse dado, ao mesmo tempo, mostra um desafio e uma grande oportunidade frente às grandes mudanças de comportamento do consumidor provocadas pela pandemia. A revisão e atualização do cardápio é uma estratégia chave para a perpetuação do negócio, para acompanhar os anseios do consumidor e manter a competitividade, principalmente dentro dos marketplaces de delivery”, ressalta Simone Galante, CEO da Galunion e responsável pela pesquisa.

Foto: BigStock